ARTIGO – Quanto vale uma vida?
Você já parou para refletir que esse momento desafiador, e de dor, que muitas famílias vivem atualmente são frutos de uma saúde mental doente?
Sim, grandes guerreiros. Somos refém de nossa cabeça e ela precisa estar boa para que possamos conviver bem em família, com amigos, no trabalho e na escola. Mas muitas pessoas fingem estar bem para esconder a angústia que sentem.
E, como psicólogo, fico triste por saber que na maioria das vezes vidas poderiam ser salvas se tivessem uma boa assistência. Essa angústia, esse sofrimento de crianças, adolescentes e adultos têm tratamento, mas é necessário investimento, mas não só isso, políticas culturais e esportivas capazes de transformar esse sofrimento em esperança.
Ser vereador tem sido um desafio, pois estou precisando lidar com a falta de entendimento de muitas pessoas sobre a importância do cuidado emocional. Com outros colegas tenho buscado desde que cheguei na Câmara Municipal encontrar meios de colocar no ciclo estudantil a presença de psicólogos e assistentes sociais, mas aprendi que só criar lei ou colocar o investimento dentro do orçamento não basta.
É preciso boa vontade! É preciso entender que estamos perdendo vidas, que as famílias estão se afastando, que a escola que antes era nosso porto seguro, agora se tornou uma ameaça. E quando será que os responsáveis por cuidar das pessoas e executar as leis vão acordar para isso?
Sempre procuro lembrar que existe uma lei nacional que garante a presença do psicólogo e assistente social nas escolas e apenas buscamos fortalecer com nossa lei municipal. Além disso, é importante ressaltar que não existe divisão de espaço, esses profissionais não vão tirar espaço dos professores, muito pelo contrário, vão somar na condução das atividades escolares.
Espero que não seja tarde, espero que seja a tempo de salvar vidas. Sei que a cidade precisa de cuidado em várias áreas, que necessitamos de segurança, infraestrutura, educação, mas nada disso vale se não tivermos saúde e saúde mental para viver. Então, para finalizar eu deixo para a reflexão de cada um: quanto vale uma vida?
Autor: Ronilço Guerreiro – psicólogo, educador e vereador